sexta-feira, 31 de outubro de 2008

quinta-feira, 30 de outubro de 2008

Zona de Interferencia - aCerca do Espaço











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Nos dias 28 e 29/10 saímos com nossas cercas pelas ruas de Salvador. Nós as vestimos, como de costume, e derivamos pelas vivas e ativas ruas da cidade.
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Entre as imediações da UFBA, a orla e arredores de Ondina, a praça do Campo Grande, o centro da cidade, o corredor dos prédios que leva à Barra... provocamos e fomos provocados.
“Esta é a minha cerca. Qual é a sua cerca?” “O que te protege?”
No emaranhado urbano, entre olhares desconfiados, zombeteiros ou incompreendidos, comentários curiosos ou gozadores, interferimos e fomos interferidos, afetamos e fomos afetados. #################################################################### Olhamos e fotografamos a cidade de Salvador de uma forma inédita. Pelo menos assim o cremos. A não ser que alguém se lembre de alguma experiência de andar cercado e protegido pelas cidades, furtando-se aos encontros, evitando os contatos, temeroso dos contágios. Afinal, será que fizemos algo inédito, ou simplesmente materializamos a mais cotidiana experiência?
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Abraços abertos e porosos a todos os Corpos desta CidadeZona de Interferência – zdi@zonadeinterferencia.com

CEU - Caderno de Experimentações Urbanas

Diálogo, Jogo, Cidade.


Da vontade de ir além nasceu o CEU - Caderno de Experimentações Urbanas, o transbordar de um trabalho de graduação feito por alunos da Faculdade de Arquitetura da UFBA. Após as casas 1, 2, 3 e 4 percorridas em classe, o CEU extrapola com uma analogia ao jogo de amarelinha - símbolo que traduz o caráter lúdico, contestador e transformador do espaço urbano.

PFdFSRi - Pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente - TCA amanhã 20hs

Para quem assistiu ontem à noite a lecture demonstration do SIM (ações integradas de consentimento para ocupação e resistência) novo trabalho de Alejandro Ahmed - criador do Cena 11 ( www.cena11.com.br ), membro do CCA do CORPOCIDADE (ST3) - seguem mais infos sobre o trabalho que será apresentado amanhã no Teatro Castro Alves


Design:

O projeto do movimento em PFdFSRi procura soluções sendo um mapa, um tratado que situa e define as possibilidades de existência do movimento e suas estratégias de sobrevivência em um dado ambiente. O ambiente, “pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente”, vai revelando suas fronteiras e condições ao mesmo tempo que o movimento propõe suas táticas de adaptação.

O movimento precisa reconhecer a natureza do estado do corpo e permitir que as interferências propostas pela coreografia produzam informações que reorganizem a continuidade do movimento proposto. Desta forma o que pretendemos como resultado final está mais vinculado à escuta do que sucede para construir sua verificação, do que a determinação do movimento em função da produção de uma imagem

Dança e tecnologia:

Usamos a tecnologia como extensão do corpo. Isto inclui a maneira como pensamos nossa dança. Em PFdFSRi a utilização de sensores (câmeras, acelerômetro), robôs, programas de detecção de padrão, vídeo e sistemas de vjing; está vinculada as propriedades que estes elementos fornecem ao corpo e como este corpo responde a estes elementos através destas propriedades. Sistemas e programas foram desenvolvidos especialmente para atuarem no espetáculo, e contam com a participação do espectador para concluírem seus objetivos no palco.

Natureza, cultura, realidade e ficção

“pequenas frestas de ficção sobre realidade insistente” é uma fábula feita da colagem de ações, objetos, corpos, imagens e movimentos que se fortalecem das características que as definem para ganharem novos significados ao se inter-relacionarem. Um músculo cansado, respirações ofegantes, peso do corpo, força bruta, vestígios de dança, um espantalho, um brinquedo, um soldado de chumbo, cavalos, expectativas, caixinhas de música, memória, tempo dilatado, saudades, o velho, vingança, liberdade e realidade. Um conto. O corpo procura parceiros para sua dança. A dança procura meios para perceber-se real. Ficção e realidade intercalam seus lugares e assim contam histórias. Peso e desequilíbrio como recurso de anti-vaidade, a autoria da ação divide assinaturas entre gravidade, ossos, músculos, cérebros e espectadores. Dança como vestígio. Dança para não ter poder. Tempo para entendermos o tempo.

quarta-feira, 29 de outubro de 2008

RONALD DUARTE







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GLÓRIA ÀS LUTAS INGLÓRIAS





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ELOÍSA BRANTES MENDES - ÁGUA CORRENTE EM CIRCUITO URBANO - COLETIVO LÍQUIDA AÇÃO

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clique AQUI para ler a comunicação...

saiba mais sobre o coletivo líquida ação:

http://coletivoliquidaacao.blogspot.com

A performance BALDEAÇÃO instala um circuito de água que interage com a arquitetura do espaço. Com a passagem da água de balde em balde, os performers revelam uma necessidade vital: consumir para existir socialmente. A água refresca o corpo nos prazeres do consumo, sacia a sede de atenção e dissolve compromissos duráveis. O valor de liquidez da própria performance é exposto pela presença molhada dos performers.


esses vídeos são do coletivo líquida ação em ação, mas não da performance
baldeação:







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ARTE NO ESPAÇO URBANO - REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA CONTEMPORÂNEA DO GRAFFITI - DEBORAH LOPES PENNACHIN

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leia a comunicação ARTE NO ESPAÇO URBANO - REFLEXÕES SOBRE A EXPERIÊNCIA CONTEMPORÂNEA DO GRAFFITI - DEBORAH LOPES PENNACHIN - AQUI.

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lugar é o espaço praticado


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grafiteiro como um flâneur da contemporaneidade - caminham apé pelos espaços da cidade

buscam a rua como espaço praticado

mapeamento da cidade

percepção diferenciada do espaço da cidade

o processo do grafite produz uma iconicidade muito grande nos corpos - uma certa coreografiados corpos dos grafiteiros

pensando semioticamente em camadas de significação

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como o corpo se comporta nesse processo (afastamento - planejamento)?

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sobre lygia pape, arte e urbanidade

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a comunicação da Vanessa Rosa Machado está aqui: LEIA.

lygia pape - a expansão da obra de arte pro espaço público e sua relação com a cidade


pouco estudada em relação a hélio oiticica e ligia clark

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alô do som do roque

olá eu sou o som do roque, e estou participando das postagens no blog do corpocidade... estas fotos mostram onde moro-trabalho e a minha pessoa, rsrsrs... estou participando do evento, vendo tudo (ou quase, pois de vez em quando cai a conexão) aqui de casa... favor perdoar as fotos-registros tiradas em celular com câmera péba...



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PERFORMANCE - MANIFESTAÇÃO COMO ESFERA PÚBLICA DO COMUM NAS CIDADES CONTEMPORÂNEAS - BARBARA SZANIECKI

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o texto da comunicação da BARBARA SZANIECKI está aqui:





livro "a estética da multidão"


Um lugar-comum equivocado associa comportamentos iconoclastas a movimentos de resistência ao poder. Contudo, a iconoclastia, ou seja, a proibição de imagens sagradas, foi uma tentativa do poder, na figura do imperador bizantino, de encontrar uma legitimidade diretamente divina. Segundo Antonio Negri e Michael Hardt, todos os ícones deviam ser destruídos para que o súdito imperial não fosse capaz de encontrar, nem mesmo nos ícones das igrejas, alguma maneira de participar do sagrado e de imitar o divino. Deus deveria ser completamente separado da multidão, de tal maneira que o imperador fosse o único elo entre a multidão e o céu, o único meio de salvação. Desde aquela época, a 'guerra das imagens' afirmava-se como o terreno privilegiado de uma soberania que afirmava seu poder pela ruptura da relação entre aquele que governa e aquele que obedece - a representação explicitava-se como processo de corrupção da imaginação e da criação. Nesta obra, Barbara Szaniecki retoma e atualiza esse debate para discutir o conflito entre representação iconoclástica e iconofilia.

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ESTÉTICA DA PRECARIEDADE

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CARNAVALIZAÇÃO -> COLOCAR O MUNDO DE CABEÇA PRA BAIXO/SUBVERTER A ORDEM COTIDIANA

PROCESSO DE RESISTÊNCIA

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MULTIFORMANCE

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a cidade não é um território neutro...
o poder não passa só pelos corpos mas também pela subjetividade...

- processo de desmaterialização da arte

produção sem produto

tudo é posto para trabalhar, mas nem tudo é remunerado

mistura como forma de se escapar do biopoder

estética da multidão

autor paulo virno

precariedade que atinge os trabalhadores hoje me dia

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hibridação dos gêneros e dos sujeitos

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paulo virno - virtuosismo e revolução

temor atual que leva à busca de uma ação em comum

multidão - > compartilhar o sentimento de não se sentir incluido

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conheça a revista
GLOBAL BRASIL

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EUROMAYDAY:



http://www.euromayday.org/

http://www.euromayday.org/netparade/

http://nice.indymedia.org/IMG/gif/netparade.gif

http://www.rizoma.net/interna.php?id=178&secao=espaco

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NoLEX - SAMPLE WAY OF LIFE:

a tv chupa a criatividade popular...

Projéteis de Arte Contemporânea

Desfile com roupas do camelódromo e outras situações afins

A pergunta certa é o que (ainda) é original?

Do que se apropriar ou o que não é sample no mundo das imagens?

Em uma sociedade que oscila entre o bizarro da violência e os paparicos do luxo, se adotam novas formas de produção e circulação simbólica. Samples não são "coisas" de DJs, também são estratégias de sobrevivência na neblina dos conceitos, ou melhor, quando os conceitos se tornam propaganda. Sobrevida, com uma apropriação, não de matéria prima, mas do valor agregado (charme, liderança, fitness) ; nunca o belo foi tão público.

Consumir parafraseando a elite que nos sampleia, - é simplesmente ser como o outro, diluir as identidades de um no outro, mesmo que não dure mais do que os cinco minutos de fama ou do produto). Genérico e não falso, nunca foi tão fácil ser outra pessoa, na rede ou na moda, circulação de posturas, nossos relógios (ambos rolex) marcam a mesma hora. Nosso tempo é o mesmo."


http://oinusitado.com/index.php?option=com_content&task=view&id=35&Itemid=2

http://dinhok2.multiply.com/journal/item/1124


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Primeiro Concurso "Fashion Real – Por um mundo ideal, sem belezas ideais"

http://sedeconta.blogspot.com/2006/10/regulamento-do-concurso-fashion-real.html

dar visibilidade à precarização da vida atual...

híbrido de desfile de moda / oscar / estudos econômicos / novela das oito

desfilando a precariedade das suas vidas

Regulamento:

A Faculdade Belas Artes, três entidades que trabalham com transtornos alimentares – Genta, Gatda e Ceppan – e a empresa NovaCor têm o prazer de apresentar o Primeiro Concurso Fashion Real, um dos eventos da Semana de Conscientização sobre Transtornos Alimentares – Se Dê Conta. Trata-se de um desfile para demonstrar que a moda não é restrita a um único padrão de beleza.

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discussão: proposta de intervenção sobre a rampa antimendigo de serra em são paulo

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prestemos atenção à quantidade de signos que estão dispostos pela cidade...

Graziela Kunsch:

"o que podemos tirar do ambiente urbano para modificar a cidade?"

site specificity -> "passa a acontecer ali uma coisa que não acontecia"

rampa antimendigo - entulho, entulho, cimento...

"meu interesse é tornar essa questão pública..."

criar resistências contra a proposta da rampa...

para ler a comunicação da Graziela e entender a sua proposta, clique aqui.


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Rampa tentou impedir concentração de mendigos

Rampa tentará impedir concentração de mendigos

- Para entender o que são as rampas antimendigos (antimorador de ruas), instaladas na cidade de são paulo, durante a gestão de josé serra na prefeitura, leia essa reportagem da folha de são paulo:

A gestão do prefeito José Serra (PSDB-SP) começou nesta semana a instalar rampas de concreto "antimorador de rua" em uma das extremidades da avenida Paulista, na passagem subterrânea que leva à Doutor Arnaldo. O piso será chapiscado, tornando-o mais áspero e incômodo para quem tentar dormir no local.

clique aqui para continuar a ler a reportagem...

outras notícias sobre rampa antimendigo:

Entidade vai à Justiça contra rampa antimendigo
Prefeitura suspende rampa antimendigo em São Paulo
Serra recebe críticas por rampa antimendigo
Artistas transformam rampa antimendigo da Paulista em "casa"
Leia o que já foi publicado sobre rampas antimendigo


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iphan não libera licença para artista fazer intervenção temporária (um varal) no elevador lacerda...


iphan não libera licença para artista fazer intervenção temporária (um varal) no elevador lacerda, dentro do evento corpocidade...




como o cristo foi muito citado na discussão sobre a não liberação da licença pelo iphan, coloco a foto do cristo iluminado de rosa ontem a noite...

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Os obscuros holofotes da mídia



Encontrar uma matéria jornalística sobre uma intervenção urbana artística como o caso da intervenção Universo Revi Nu, ao lado de uma outra cujo conteúdo se trata do assassinato de dois adolescentes na capital baiana é, no mínimo, estranho. Afinal, os assuntos considerados temas de arte sempre estiveram relegados às páginas dos cadernos de cultura e espetáculos dos jornais e revistas. Deparar-se com esses dois tipos de informação em uma mesma página provoca, em seus leitores, no mínimo, estranhamento. Motivo, ao meu ver, de profunda reflexão.

É claro que o tema do assassinato dos adolescentes é considerado notícia de maior relevância e que, portanto, merece maior espaço na página do jornal A Tarde, de Salvador – afinal, estamos falando de imprensa, mercado e capital, antes mesmo de se falar de questões como vida, morte, arte ou tráfico de drogas. É assim, friamente mesmo, que os meios de comunicação operam. Vende mais o que causa mais impacto, o que choca, o que espetaculariza o fato... É claro que não se trata de um via unilateral... “Vende mais porque é fresquinho ou é fresquinho porque vende mais?” (Lembram da propaganda dos Tostines? ...pois é....)

Por outro lado, ler a notícia da performance ao lado da trágica história, nos remete a situação de emergência social em que estamos. O fato do episódio da intervenção artística ter sido elencado para as páginas policiais pode nos leva a pensar também nas possibilidades que intervenções urbanas possuem de penetrar, infiltrar, deslocar, transitar por diversas áreas e ambientes, aparentemente, distintos - e suscitar diversas questões bem próximas ao cotidiano de muitas pessoas. Mas por que uma ação artística, como o caso do UNIVERSO REVI NU, ganha as páginas policiais e não merece a atenção do caderno de cultura? Esta zona de fronteira, própria das performances e intervenções urbanas, conta com áreas do conhecimento que, ao meu ver, uma não elimina a outra. Pelo contrário, elas alimentam-se, complementam-se e estão sempre imbricadas.

É claro que os veículos de comunicação se classificam categoricamente em editorias de cultura, política, economia, internacional, etc... e colocam muito mais do apenas informações que julgam relevantes para a população em seu cotidiano, mas também sob qual enfoque determinados assuntos devem ser tratados.

O fato dessa intervenção aparecer na editoria policial, não quer dizer que a obra mereceu espaço de crítica ou discussão pelo jornal. Afinal, no caderno de polícia já sabemos que não é dado ao corpo esse espaço de legitimidade e reflexão. Ou seja, categoriza-se a notícia como crime (ou quase), elenca-se os fatos, finaliza com um ou dois depoimentos e, dia após dia, páginas e páginas são viradas e apagadas, assim como os corpos violentados dos quais se fala. Enquanto isso, a editoria de cultura não considerou, pelo menos até agora, o tema como relevante para a sua pauta diária. (E provavelmente, não irá considerar, pois, de hoje para amanhã e para o ‘timing’ da notícia, a pauta já está velha...)

A sensação é de que parece um lugar confortável este que os meios de comunicação diários estão ao eleger as abordagens de corpo que mais lhes interessa para colocar em pauta. Diariamente, jorra uma infinita e ininterrupta produção de informações por inúmeros informativos, jornais, TV, rádio, internet. Mas quando o assunto é corpo, já sabemos o script: ‘corpo em forma’ é sinônimo de malhação de academia. Botox, silicone ou plástica é o mínimo que você pode fazer. Nudez? Só se for na capa da Playboy ou da G Magazine! E lá, ficar nu(a), meu bem, é coisa chique! Ou se fala desse corpo idealizado, ou se fala do corpo marginalizado. E se a opção for a segunda... a coisa complica ainda mais um pouco.
Um bom exemplo é o próprio caderno de polícia. Por que, nesses cadernos, “corpo” só aparece como sinônimo de defunto, marginal, vítima? E por que só os corpos dos cadernos de cultura ou ciência e saúde tornam-se sinônimo de vida, brilho, progresso? De que corpos estamos falando? Qual o nosso limite como consumidores dessas informações? Como essas abordagens de corpo, veiculadas pelos jornais e TVs, vem sendo assimiladas e repercutem nas nossas atitudes e posturas cotidianas?

Teria algum interesse da mídia - e, é claro, da própria sociedade que a consome também - em levantar um outro teor de discussão, outras abordagens de corpo, considerando as especificidades próprias dos corpos, seus contextos, valores e qualidades - estejam eles à luz ou à sombra?
O que deve ser tapado, e o que deve ser revelado; o que pode ser iluminado e o que pode manter-se à sombra? Qual a medida e a dose dessas ações? Por que nas páginas de revistas brasileiras, femininas ou masculinas, a nudez torna-se fetiche e produto de consumo, e aos olhos nus, torna-se uma afronta? De que maquiagem estamos falando?

E se pensarmos que a polêmica do Universo Revi Nu fosse para a editoria de política? É inegável que a obra esbarra em questões da lei federal. Não seria esta intervenção um ato político, social? A performance ocorreu em uma cidade altamente turística como Salvador, onde um dos grandes marketings explorados no mercado turístico é o próprio corpo brasileiro. Quer queiramos ou não, as “gostosas” brasileiras continuam atraindo os holofotes internacionais como produto exportação – e, é claro, as capas de revistas, os jornais, sites, encartes de CDs e por aí segue a indústria cultural. Vende-se a bunda de fulana, o peito de ciclana, em ritmo de axé...
E a nudez continua a ser castigada, como diz a reportagem em questão, parafraseando Nelson Rodrigues. Antes fosse só a nudez...

ST1 - CIDADES IMATERIAIS- 28/10

Cidades Imateriais
Margareth Pereira, Regina Helena Silva , Daniela Brasil





a Cerca do espaço - Zona de Interferência

Resumo Conceitual: vivências do espaço 

O Grupo Zona de Interferência propõe a intervenção aCerca do espaço para poetizar a 

vivência da cidade, por meio de dispositivos que buscam tensionar as fissuras que a “cidade 

privatizada” provoca no espaço vivido. Interessa-nos construir uma poética que relacione a 

concretude do espaço urbano com a forma como cada pessoa o vivencia, subjetivando- 

se/subjetivando-o, uma vez que esse espaço revela-se, cada vez mais, a partir da esfera da 

privatização e do consumo, da negação da diferença e da espetacularização da violência. Presente 

no desenho e na representação simbólica a ele correspondente, o continente privado da vida é 

apresentado, espetacularizado, desejado e gozado cotidianamente. 

A importância que a esfera do privado vem tomando no tecido da cidade é visível. E está 

presente desde a valorização do transporte individual, em carros carregando apenas um indivíduo, 

até a onipresença dos shoppings (templos de consumo, aparência e homogeneidade; monumento 

ao privado e ao totalitarismo soft de consumo nada soft), alcançando ainda a esfera da cultura 

(fetichizada e demarcada, hoje, como território de marcas – produtos, pessoas – famosas, às quais 

agrega valor). Neste processo, encontramos a experiência da rua, território próprio do público e 

do político, como “residual”– a rua passa a ser uma fissura da cidade, o resíduo, indesejado, 

daquilo que não se pôde privatizar. 

Nesta proposta, desejamos tensionar a dimensão da alteridade que subjaz a esse processo 

de privatização, posto que os processos de subjetivação produzidos nesta cidade contemporânea, 

que entendemos como privatizada, parecem sofrer também um movimento de privatização. 

Ainda assim, entendemos que qualquer reflexão sobre a relação cidade/subjetividade encaminha- 

nos ao campo político, do mesmo modo como as intervenções urbanas atingem os modos de 

subjetivação.  

Segundo dados divulgados, a cidade de Salvador sofrerá, em breve, uma intervenção que 

mostra-se cada vez mais comum: o monitoramento por câmeras de vídeo, uma velha-nova 

tecnologia “orwelliana” de “repressão contra a criminalidade”. Para além de qualquer discussão 

sobre a validade de tal mecanismo, consideramos importante pensarmos sobre as condições da 

vida política na cidade controlada, bem como sobre os corpos que nela transitam, vigiados. 


Cada espaço é habitado de várias formas. Adquire significações múltiplas, dependendo do 

observador e de seu objetivo. Os espaços do centro da cidade são diferenciados em relação a 

outras partes da cidade: há os que apenas transitam por ele, e há os que o vivenciam de maneira 

intensa e diferenciada. São freqüentados não apenas por aqueles que ali moram, mas por milhares 

de pessoas – que ali trabalham, que vão às compras, ou que simplesmente o atravessam para ir a 

outro lugar.  Para o público que faz dele seu cotidiano – moradores de rua, comerciantes, 

seguranças, vendedores, desocupados –, estes não apenas enxergam o espaço de maneira distinta 

daqueles que apenas passam por ele, a pé, de carro ou ônibus, mas também o ressignificam e 

reconstroem.  

Foras dos limites móveis do centro, outras significações se aplicam ao espaço, outras 

formas de transitar. Dentro ou fora, dentro e fora, do centro da cidade, o espaço urbano é 

sempre dispositivo de produção da vida pública, pois possui a dimensão do humano em todos os 

seus cantos e em sua produção simbólica.  

É o espaço público o espaço do conflito. Contudo, o mundo privado – cercar, controlar, 

vigiar, conter, intensificar, produzir – propõe proteger-nos deste conflito que, por sua vez, é 

ineliminável. É preciso, assim, tomar a cidade por seu movimento (pela forma como o espaço é 

apropriado, produzido e reproduzido), não a perceber apenas por meio de seus aspectos 

exteriores. Vivenciar a cidade, com suas cercas e muros, delírios de controle e segurança. 

 

Materializar e tornar visível o que já se faz familiar e introjetado – subjetivado e desejado. Enfim, 

entendemos que intervir nesse espaço é transformar sua vivência cotidiana.  

A proposta da interferência “aCerca do espaço” é poetizar a relação de cada um com o 

espaço que o cerca e com as cercas que construímos ao nosso redor. Cercamo-nos para não 

sermos invadidos, para não sermos atingidos e atravessados. Para nos livrarmos do impoluto e do 

indesejável. Com isso nos tornamos refratários ao desconhecido e ao próprio desejo do outro. 

Ao construir as cercas que buscam impedir e acabam por negar ao outro, geramos uma falsa 

impermeabilidade – a recusa de sermos atingidos pelo outro, exterior a nós. São cercas e muros 

erguidos cotidianamente pelos muros reais e simbólicos, erguidos na espetacularização da 

violência. Tornamo-nos reféns desse imaginário, de nossos medos e do que conhecemos. 

Tolhemos a troca e a proximidade do outro – muitas vezes não a proximidade física, mas 

justamente a subjetiva, a dimensão dos afetos: afetar-se.  

A materialização da cerca é a concretização de nossas estratégias de privação de contato, de 

aceitação do que é apenas semelhante a nós mesmos. 







fotos de Ícaro Vilaça, Diego Mauro e Paola Berenstein Jacques

terça-feira, 28 de outubro de 2008

urbanda 2: concept





PROVE A GOSTOSA


Paying attention to the popular food sold on the streets in Salvador, this intervention was done selling a skewer mixing different ingredients, after the model of the grilled cheese street vendor.


A mobile grill was built on a suitcase´s trolley, where new unexpected skewers with sausage slices of German Rostbratwurst from Thüringen, where combined with tofu (soja beans cheese) pieces and the traditional cheese of Salvador.  


This transnational mix on a skewer was offer to the people in the area of Rio Vermelho at Lago da Mariquita square, where a lot of food vendors offer their products to the people who gather for food and beers at nights.



urbanda 1: concept



COMI SALVADOR

This intervention adopted the format of a carnival, as a collective procession of celebration, but to investigate processes of consumption within the city. The carro de cafezinho was playing a soundwork of recordings made at the Feira de São Joaquim, one of the general food markets and a group of people followed the carro picking up trash from the floor.
The path followed was one of the traditional carnival routes from Barra to Ondina and the bags for collecting the trash were labeled with the words “comi Salvador” and “Urbanofagia”
As Salvador has a vast food culture on the streets, this intervention aimed to trace and investigate the process this food undergoes from origin to waste and what impact it has on the experience of the city.

A Tarde: "Artistas presos por nudez na rua" - 27/10

UNIVERSO VOS REVI NU 

 de Jarbas Lopes, Katerina Dimitrova, Carla Melo

 

Resumo conceitual: 

O significado etimológico da palavra “universo” é o de uma totalidade mas também remete a uma 

unidade que gira, uma ciranda, uma roda e simultaneamente ao ato de unificar, virar um todo, ou 

seja, fazer do fragmento uma parte integral da totalidade.  

O palíndromo que entitula nossa inédita intervenção urbana também sugere o espelhamento do 

Outro no Eu e do Eu no Outro ao passo que eles se tornam Nós, ou seja, um conjunto de corpos 

que formam um corpo coletivo móvel. Já a inversão das letras e seus sentidos fonéticos e 

semioticos sugerem a transgressão de códigos corporais e a exploração de novas formas de 

relacionamento do corpo coletivo entre si, e com a cidade. Através de uma colaboração intensiva 

com a comunidade local enfocaremos o processo relacional e a negociação das heterogeneidades 

nessa formação de um corpo coletivo móvel, dentro do qual cada individuo agirá de cada vez 

como o núcleo nú de uma roda de corpos vestidos. O corpo nú é vulnerável e de certa forma 

simulltaneamente mais livre e mais limitado. Ele se despe no espaço íntimo de confiança criado 

pelos membros do grupo e estes o “vestem” e o invisibilizam com seus próprios corpos, que por 

sua vez, se fazem mais visíveis ao parecerem com o que André Breton chamaria de um corpo 

poliformo amorfo. À medida que todos fazem parte do núcleo em um dado momento, o olhar 

objetificante é desatividado e voltado para a tarefa de proteger o núcleo enquanto que o corpo 

coletivo move-se dentro do universo caótico do urbano, desenhando uma corpografia própria. 

Para além dessas expectativas conceituais, o enfoque é no processo relacional, na efemeralidade, 

na interatividade com o meio, e na natureza imprevisível dos encontros e dos laços que essa 

intervenção possa trazer.  

 

Dinâmica da intervenção: 

Um grupo de pessoas disposto em forma mais ou menos circular caminha lentamente pela cidade 

protegendo visualmente uma pessoal que está nua, também movendo-se no centro do circulo. A 

ênfase do movimento do grupo estará na interdependência e organicidade dos movimentos, 

gestos e respirações e na resposta espontânea aos fluxos urbanos. A princípio os proponentes 

(um de cada vez) ocuparão o centro, mas serão substituidos a cada momento pelas pessoas do 

grupo (que se dispuserem a fazê-lo).  




moto contínuo

































































































de Gabriela Tarcha, fotos Marcelle Louzada.

terreiro de Jesus e arredores, domingo dia 26.